domingo, 16 de fevereiro de 2014

Os beneficios do agrião

Multiplicam-se os estudos que comprovam os benefícios do agrião para a saúde, sobretudo na prevenção do cancro.
(BÁRBARA BETTENCOURT)

                              

Em Portugal, comercializam-se três espécies distintas às quais vulgarmente se chama agrião: agrião do rio ou agrião de água (nasturtium officinale), agrião da horta (barbarea verna) e mastruço (lepidium sativum). “O primeiro cultiva-se em ambiente encharcado e, na minha opinião, é o melhor de todos, mas também pode ser o mais perigoso se a qualidade da água não for boa. Os dois últimos são cultivados em solo, e que considero menos ricos em sabor e também menos picantes”, esclarece o agrónomo Luís Alves, proprietário da empresa de produção de ervas aromáticas biológicas, Cantinho das Aromáticas, no Porto.

Tradição e ciência

Além de saboroso em saladas e sopas, o agrião tem benefícios nutricionais. Contém fósforo, iodo, ácido fólico, betacaroteno e vitaminas A, C, B2 e PP. Tradicionalmente era usado como planta medicinal pelas propriedades estimulantes, depurativas e diuréticas, e também como complemento no tratamento da diabetes e da anemia. Em sumo com mel fazia uma mezinha contra a bronquite e a tosse.
Mais recentemente, a ciência interessou-se pelas suas virtudes, o que originou descobertas importantes: em 2010, uma pesquisa da Universidade de Southampton, no Reino Unido, descobriu que o fenitil isotiocianato, composto responsável pelo sabor levemente picante do agrião é capaz de suprimir o desenvolvimento de células cancerígenas do cancro da mama. Em laboratório, este composto mostrou também ter propriedades preventivas nos cancros provocados pela exposição a substâncias tóxicas, como o do esófago, do cólon e do pulmão.
O fenitil isotiocianato do agrião parece ser ainda capaz de agir diretamente sobre as células de cancro, forçando-as a morrer através do mecanismo de morte programada da célula, a apoptose.
Estes resultados têm vindo a ser replicados noutros estudos. Uma pesquisa feita em ratos, no Instituto de Cancro da Universidade de Pittsburg, publicada no Journal of the National Cancer Institute, em agosto de 2012, mostrou que uma dieta rica em agrião resultava numa redução de 56,3% nas lesões do carcinoma mamário e tinha resultados positivos no cancro do cólon, intestino e próstata.
Boas razões para fazer deste vegetal uma presença regular à mesa, preferencialmente cru. O médico norte-americano Dr. Oz aconselha uma porção pelo menos 3 a 5 vezes por semana. E combinado com os ómega 3 do salmão, que combatem a inflamação e o cancro, os efeitos quimiopreventivos são ainda mais potenciados, assegura.

Fonte: ttp://activa.sapo.pt/belezaesaude/saudenutricao/2013-07-12-os-beneficios-do-agriao

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